Voltar ao passado sempre é bom. E quando me bate aquela saudade, que aperta o peito e dá um nó na cabeça para lembrar os detalhes, só penso em correr logo para as fotos que marcaram aqueles momentos que infelizmente não voltam mais, mas que felizmente foram registrados pela câmera fotográfica.
Essa ‘danada’ da máquina que é capaz de capturar as imagens do nosso cotidiano e nos transportar ao passado e relembrar velhos tempos sempre esteve presente em minha família. Ao voltar aos poucos álbuns que, diga-se de passagem, são guardados a sete chaves, vejo fotos que nem imaginava existir na minha vida e que só através desse trabalho da professora Alene, me transportei através do ‘álbum do tempo’ para minha infância.
Minha vida foi registrada nos meus álbuns de fotos detalhadamente. A cada mês completado era mais uma foto, tudo registrado, a gravidez de minha mãe, o recém nascido (eu), o primeiro banho, o engatinhar, os primeiros passos, as brincadeiras, aniversários, férias... E para minha surpresa, até uma foto nu, que me deixa super envergonhado. Quando perguntei a minha mãe o porquê, ela respondeu dizendo que era uma tradição familiar e pude ver isso pessoalmente quando minha prima me liga pedindo a câmera emprestada para tirar foto da filha recém nascida que acabava de tomar banho. Dá para acreditar?
O fotógrafo sempre era meu pai, por isso a presença dele nas minhas fotos é rara, talvez não gostasse tanto de fotos. Também contratávamos o fotógrafo para os eventos mais marcantes como batizados, aniversários, bodas. Depois de algum tempo eu e meu irmão conhecemos a máquina fotográfica, posso confessar que as primeiras fotos não saíram tão boas assim, mas foi o suficiente para desperta o desejo de fotografar.
Hoje, na era digital, não temos mais o costume de revelar fotos. Minha irmã abusou tanto os meus pais, que eles acabaram comprando uma máquina digital, a partir desse dia todas as fotos são arquivadas numa pasta do computador ou compartilhadas com amigos e familiares em redes sociais e assim como os antigos álbuns sempre são lembrados quando a saudade aperta.